O ex-assessor dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, Job Ribeiro Brandão, teria dito em depoimento que devolvia 80% do seu salário para os peemedebistas. De acordo com a revista Época, o valor, de aproximadamente R$ 8 mil, era entregue em dinheiro vivo.
Job cumpre prisão domiciliar depois que suas digitais foram identificadas em notas que estavam entre os R$ 51 milhões encontrados no “bunker” de Geddel, em Salvador. Segundo a revista, o ex-assessor apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (7) em que pede para que seja reduzido o valor da fiança, porque seu salário real seria consideravelmente menor do que os R$ 14,3 brutos que aparecem no site da Câmara dos Deputados.
O ministro do STF Edson Fachin reduziu de 100 salários mínimos para 50 salários mínimos (aproximadamente R$ 46 mil) a fiança estipulada, mas ainda assim sua defesa argumenta que ele não tem condições de pagar. “Mesmo ciente das consequências da formalização de suas declarações, inclusive para a própria vida, mas convicto da necessidade de expor a verdade dos fatos, a fim de viabilizar o atendimento do que aqui se pleiteia, o investigado declarou a este causídico que, conforme acordado com os parlamentares, sempre devolveu, em dinheiro, cerca de 80% de sua renda”, diz a petição, assinada pelos advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane e obtida pela publicação.
O texto, contudo, diz que em 2015 o repasse passou para 70%, porque o pai dos deputados, Afrísio Vieira Lima, adoeceu, e além de suas atividades regulares, ele passou também a ajudar com os cuidados com a saúde. Entre as provas apresentadas, estariam fotos que mostram Job cuidando de Afrísio e documentos que comprovam os rendimentos líquidos após os descontos.
Como exemplo, a defesa diz que em 2002 a renda líquida do assessor era de R$ 3.618, mas ficava com apenas R$ 758. Já nos dias atuais, o valor líquido de R$ 10.820 seria reduzido para R$ 3.780. Job foi exonerado do gabinete de Lúcio depois de ser alvo de medidas cautelares do STF. As defesas de Lúcio e Geddel disseram que não vão se manifestar antes de terem acesso ao documento.