Por:
Marco Correia
Advogado e pós-graduado em Ciências Políticas e História Geral
Se decorrermos pelo cenário político brasileiro, a história nos mostrará o papel fundamental dos que ocuparam o cargo de vice nas mais variadas gestões públicas, além de substituir o titular em sua ausência. Eles são pilares de estabilidade, cooperação e continuidade governamental, essenciais para a saúde democrática do país.
A política brasileira é repleta de história de sucesso de grandes vices.
José Alencar, vice-presidente de Lula, é lembrado por sua lealdade e mediação de conflitos. Itamar Franco, vice de Collor, assumiu a presidência após o impeachment e foi essencial para a estabilização econômica do país com o Plano Real. Sarney, substituiu Tancredo num momento importante da redemocratização brasileira e, que pese suas falhas, convocou a Constituinte e protagonizou a primeira sucessão democrática após o golpe de 64. João Goulart, foi vice de Kubitschek e Jânio Quadros, destacou-se pela defesa dos trabalhadores e pela habilidade política, garantindo estabilidade durante crises e ascendendo à presidência após a renúncia de Jânio.
Desta forma, a história nos prova que escolha de um vice deve considerar lealdade, popularidade, experiência política e administrativa e competência. Um vice competente pode oferecer conselhos valiosos e assumir o governo em situações de crise, garantindo uma administração coesa.
Sendo assim, uma vez reunindo todos esses atributos, a escolha do vice deve ser fruto da aceitação e aprovação do candidato principal, do titular, evitando imposições que podem gerar conflitos futuros. Afinidade entre titular e vice é essencial para uma parceria harmoniosa e produtiva.
No município de Itapetinga, a provável é já pré anunciada composição da chapa de Eduardo Hagge com Alécio Chaves como vice-prefeito trouxe entusiasmo para todos que amam a cidade. O professor Alécio Chaves, filiado ao PSB, tem uma trajetória política notável, sendo sido eleito vice-prefeito nas eleições municipais de 2012 e liderando a administração municipal por 72 dias, período em que foi protagonista da maior transformação pública ocorrida naquela gestão e amplamente aprovada no município. Todos se lembram das mudanças implementadas por Alécio naquele curto período de tempo. Organizou a cidade, tirou do vermelho as contas do município, colocou em dia os salários dos servidores, priorizou a ética na administração pública acabando com a bandalheira que havia tomado conta do município e com muita coragem afastou secretários e dirigentes de autarquias envolvidos nas mais diversas artimanhas políticas, até ser surpreendido com o arrombamento do prédio público e o roubo da ata, numa madrugada fria de inverno, seguida da posse moribunda do gestor da época, posse cercada pela mesma caterva exemplarmente demitida por Alécio e que quer voltar ao poder.
Pra fazer o que? O mesmo que fizeram antes: contratos escusos com escritórios de advocacia (a exemplo da Bernardo Vidal), terceirização da mão de obra de servidores contratados (G5), deixar urubus comerem animais vivos na Matinha, dentre outras promiscuidades.
Enfim, em 72 dias toda essa mixórdia foi sepultada -pena que em cova rasa-. A capacidade administrativa e liderança do professor Alécio já foi provada e aprovada e só vem fortalecer a aliança do PSB com o MDB de Rodrigo Hagge. A escolha de Alécio como vice-prefeito é estratégica, equilibrando competências e representatividade, e buscando apoio em um cenário polarizado. Essa aliança pode se tornar uma das maiores frentes partidárias na história de Itapetinga, impactando significativamente o cenário eleitoral e mostrando como a política pode ser feita com diálogo e cooperação.
Em resumo, os vices são parceiros estratégicos que contribuem para a estabilidade e continuidade do governo. A escolha criteriosa baseada em lealdade, popularidade, experiência e afinidade é fundamental para garantir uma gestão eficiente e coesa, capaz de resistir às tempestades políticas. Afinal, quem não quer um vice que seja um verdadeiro amigo nas horas difíceis?