Por:
Marco Correia
Advogado pós-graduado em Sociologia, Ciências Políticas e História Geral.
Nesta semana, foi apresentada à população de Itapetinga a nova logomarca da gestão do prefeito Eduardo Hagge. A marca, que já começa a ser amplamente divulgada, traz elementos que representam a história, a cultura e a identidade do município. Com um design moderno e simbólico, a logomarca destaca aspectos fundamentais de Itapetinga, como sua origem, vocação econômica e os valores de união e desenvolvimento. Entre os diversos símbolos presentes, um dos elementos mais comentados é a cruz, que tem gerado discussões em torno do seu significado e da sua aplicação.
É importante esclarecer que essa cruz não foi escolhida como um símbolo religioso, mas como um símbolo universal da fé, que transcende qualquer crença ou religião específica. A fé, neste contexto, representa a confiança no futuro, a força para enfrentar desafios e a união da comunidade em prol do bem coletivo.
Historicamente, a cruz não é exclusiva de uma única religião. Ela é amplamente reconhecida como um símbolo de esperança, resiliência e espiritualidade em diversas culturas e contextos. Na logo da gestão, seu significado é inclusivo e remete à ideia de valores universais, como respeito, trabalho e compromisso com o progresso do município.
Antes de se tecerem quaisquer comentários sob a alegação de preconceito religioso ou desrespeito ao estado laico, é importante separar uma marca de gestão dos símbolos públicos, como bandeira, brasão ou hino municipal:
• Símbolos públicos: São representações oficiais do município, instituídas por lei, que permanecem independentes de administrações específicas. Não podem ser alterados sem um processo legal.
• Marca de gestão: Representa uma identidade visual temporária, utilizada para destacar programas, ações e a visão da administração atual. Trata-se de uma ferramenta de comunicação que não substitui nem modifica os símbolos oficiais do município.
No caso da nova logo, trata-se de uma representação gráfica criada exclusivamente para, junto a outros elementos, identificar e divulgar os projetos e realizações desta gestão. Ela não altera nem interfere nos símbolos públicos estabelecidos por lei, como a bandeira ou o brasão de Itapetinga.
A gestão de Eduardo Hagge respeita profundamente todas as religiões, culturas e tradições que compõem a rica diversidade de Itapetinga. Em breve, inclusive, a gestão apresentará, de forma inédita, uma secretaria com uma pasta específica de atenção à diversidade.
A escolha da cruz na logo, portanto, não exclui nem discrimina, mas visa unir, simbolizando um ponto de encontro entre as diferentes forças que movem nossa cidade. A fé representada na marca é um chamado ao diálogo, à esperança e à construção conjunta de um futuro melhor.
Ouvi certa vez de um amigo que: “se qualquer símbolo religioso lhe incomoda, então parece que você não tem segurança na sua caminhada espiritual.” Essa reflexão nos convida a enxergar além das interpretações imediatas e reconhecer que a fé, como valor universal, deve unir em vez de dividir.
Assim sendo, a nova logo é um reflexo dos valores da administração atual: trabalho, fé no desenvolvimento e compromisso com todos os cidadãos de Itapetinga, independentemente de suas crenças ou origens.
E como bem canta Gilberto Gil, “andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar.” Que sigamos juntos, com fé no futuro que estamos construindo.