A empresária Dida Souza, filha do ex-deputado baiano Osvaldo Souza, é apontada pela polícia como uma das responsáveis de ter organizado o ataque de ruralistas contra a comunidade indígena da etnia Pataxó Hã Hã Hãi, no último domingo (21), em Potiraguá, cidade da região Sul da Bahia. A investida culminou na morte de Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó.
De acordo com a investigação, Dida Sousa teria organizado o movimento através de um aplicativo de troca de mensagens. Os fazendeiros queriam recuperar uma área conhecida como Fazenda Inhuma, que foi ocupada pelos indígenas no último sábado (20).
Segundo o delegado Roberto Junior, da Delegacia Regional de Polícia de Interior (Dirpin) da região Sudoeste/Sul da Bahia, que está à frente das investigações, nenhum dos integrantes do grupo de fazendeiros se apresentou à polícia para prestar esclarecimentos.
Além de Dida, o grupo dos fazendeiros, autointitulado de “Invasão Zero”, também seria liderado pelo empresário baiano, Luiz Uaquim. O bando foi criado em abril do ano passado na Bahia e ganhou força por conta dos desdobramentos da CPI do MST, que ocorreu no segundo semestre na Câmara. Naquele momento, o grupo afirmava ter mais de 10 mil fazendeiros baianos e já se organizava para atuar em outros Estados.
Uma reportagem do jornal O Globo diz que o envolvimento da empresária baiana com o grupo causou surpresa, pois não há registros de que ela tenha atuado contra algum indígena. No entanto, o “Invasão Zero” ganhou força e se popularizou entre parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por isso, Dida e Luiz Uaquim, por serem administradores do grupo de WhatsApp, foram convocados a prestar esclarecimentos depois dos ataques aos indígenas Pataxós ocorrido no último domingo (21). Os depoimentos devem acontecer nos próximos dias.
Fonte/BNews